Claudia Leitte rendeu manchetes nesta semana após um vídeo do programa “Sem Censura” viralizar nas redes sociais. Na ocasião, a apresentadora Cissa Guimarães anunciava que a cantora, alvo de críticas recentemente por ser evangélica e cantar axé music, seria atração do dia seguinte. A drag queen Lorelay Fox e o comediante Fernando Pedrosa, ambos personalidades LGBTQIAPN+, trocam olhares que parecem de reprovação.
Claudia é constantemente atração de micaretas voltadas para o público LGBTQIAPN+ e seu bloco no Carnaval de Salvador é um dos favoritos entre homens gays. Mesmo assim, a artista, que polemizou ao trocar o nome de Yemanjá por Jesus em uma música, sofre com críticas de maior parte da comunidade.
A rejeição, no entanto, não é recente. Em 2008, Claudia estava grávida do primeiro filho, Davi, quando recebeu Léo Aquilla, repórter do “TV Fama”, para uma entrevista. A cantora foi questionada sobre a possibilidade de ter um filho gay e respondeu: “Eu adoro os gays, mas prefiro que meu filho seja macho". O marido, Márcio Pedreira, foi além: soltou um “Deus me livre” e disse que o herdeiro não seria homossexual porque seria “bem criado”.
Claudia e o marido foram acusados de homofobia e receberam críticas públicas de associações ligadas ao movimento LGBTQIAPN+. Um deles chegou a fazer protestos durante um show da famosa em Brasília.
No blog que mantinha na época, Claudia justificou que não queria ter um filho gay “por vários motivos e, sobretudo, pelo preconceito absurdo” e garantiu que amaria o herdeiro incondicionalmente “independente do rumo da sua sexualidade”.
“Queriam que eu fosse hipócrita para evitar o repúdio alheio? Vejamos, talvez eu devesse dizer que 'sim', ou devesse ter uma resposta preparada para cada circunstância parecida. Caso outro apresentador 'seríssimo' me perguntasse sobre a questão, eu seria hipócrita e diria: ‘quero que meu filho seja gay'. Isso evitaria um boicote e eu ficaria mais rica, não? Não me perguntaram se eu amaria meu filho ainda que ele fosse gay. Não. Me perguntaram em 'tom engraçado', em clima de piada, se eu gostaria que meu filho fosse gay", argumentou.
Apesar da controvérsia, Claudia apoiou causas em prol da comunidade ao longo dos anos. Em 2019, por exemplo, ela se posicionou a favor da criminalização da homofobia e da transfobia.